Parece uma fala clichê, mas é verdade: a juventude de hoje em dia é muito diferente de 20 ou 30 anos atrás. Além, claro, das mudanças sociais, a evolução tecnológica dos últimos anos é suficiente para tornar esses cenários bem diferentes.
Apesar dos benefícios, essa evolução também trouxe consequências Principalmente para os mais jovens, mais suscetíveis aos perigos do excesso e do mundo virtual, inclusive para a saúde mental dos adolescentes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “as condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos.” A OMS também aponta diversos fatores de risco que podem afetar a saúde mental de um adolescente, dentre eles, o uso de tecnologias.
Os perigos do mundo virtual
A própria construção das redes sociais estimulam o uso contínuo, com linhas do tempo de rolagem infinita e vídeos que dão play automaticamente. Porém, além de ser um lugar para compartilhar experiências, esses aplicativos acabam gerando um ambiente que explora a vulnerabilidade psicológica dos jovens.
Os aplicativos de compartilhamento de mídia influenciam o comportamento dos adolescentes – para o bem ou para o mal. Essa comparação acaba levando a uma comparação nada saudável com a vida do outro, e carregando sentimentos negativos relacionados à auto estima, auto afirmação, inveja e insatisfação com a vida.
E ainda, os jogos estão cada vez mais violentos (com gráficos cada vez mais realistas), as séries e filmes têm abordado temas fortes, como depressão e outros transtornos sem o cuidado necessário com as narrativas.
Tudo isso acaba se infiltrando na vida real dos adolescentes e afetando seu comportamento, emoções e saúde mental.
É importante buscar ajuda!
Claro que o ideal é que os próprios adolescentes afetados por essas tecnologias percebam a importância de procurar ajuda de um profissional. Mesmo que não tenha nenhum transtorno ou doença diagnosticada, é importante ter um acompanhamento com alguém qualificado a ajudá-los a fazer sentido dessa fase que já é, naturalmente, tão conturbada.
Mas os pais, responsáveis ou pessoas próximas podem também ficar atentos a sinais de que esses jovens precisam de ajuda.
Fique atento aos sinais:
- Frequentes alterações de humor
- Obsessão por problemas
- Comportamento excessivamente depressivo
- Consumo abusivo de álcool e de drogas ilícitas
- Isolamento social.
Demonstrações de cuidado e atenção podem ser o suficiente para esse adolescênte se abrir à possibilidade de falar com um psicólogo ou cogitar fazer terapia, o que já é um primeiro passo.