A pandemia de Covid-19 nos obrigou a mudar de rotina. Trabalho e escola passaram a ser realizados à distância, via internet. Somando isso ao tempo que a maioria dos jovens já passa no mundo virtual como forma de distração e entretenimento, é de se esperar que tenha algum efeito na saúde mental.
Todo esse tempo “vivido” no mundo virtual acaba interferindo com a vida real das pessoas. E nos adolescentes, principalmente, o efeito pode ser bem negativo. Isso porque, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o “maior acesso e uso de tecnologias” se tornou um fator de risco e “quanto mais expostos aos fatores de risco, maior o potencial impacto na saúde mental de adolescentes”.
As consequências
De acordo com uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo C6 Bank, para 69% dos pais entrevistados, os filhos ficaram mais dependentes da internet durante a quarentena; para 64% dos pais, os filhos ficaram mais irritados, ansiosos ou estressados. O estudo foi realizado para medir os impactos da pandemia na educação.
Esses dados comprovam os efeitos negativos que o excesso de internet pode trazer para a vida dos jovens. E mais: ainda segundo a mesma pesquisa, para 54% dos pais entrevistados, os filhos engordaram; para 52%, os filhos ficaram mais tristes; e, para 45%, os filhos passaram a reclamar que se sentem sozinhos.
São números preocupantes, principalmente quando lembramos que esses sentimentos ruins podem levar a transtornos mais graves, como depressão.
A internet também tem seu lado bom
Como falamos, a pandemia separou famílias e amigos, mas a internet – embora todos os seus males – é uma ótima ferramenta para derrubar essas barreiras. Dá para “matar” a saudade de um colega de escola, colocar a conversa em dia com um familiar e, assim, diminuir um pouco o sentimento de estar sozinho.
As redes sociais, conhecidas por também serem causas de ansiedades, podem ser lugares de compartilhamento de experiências e de entretenimento saudável.
A regra aqui, como em muitos casos, é: equilíbrio. Nem sempre as crianças e adolescentes conseguem manter uma rotina saudável de uso de aparelhos tecnológicos. Aí cabe aos pais e responsáveis ajudá-los com moderação.